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15/01/2023 às 09h10min - Atualizada em 15/01/2023 às 09h10min

Grupo resgata 10 homens em situação análoga à escravidão no sul do Piauí

O resgate foi feito ainda no final de dezembro, na semana que antecedeu ao Natal

MPT PI
Acampamento trabalhadores

Dez homens foram resgatados em situação de trabalho análoga à de escravidão pelo Grupo Móvel Estadual de Combate ao Trabalho Escravo, que reúne representantes do Ministério Público do Trabalho e da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. Eles estavam atuando na extração de pedras, em uma pedreira localizada na Serra do Quilombo, município de Palmeira do Piauí, no sul do estado. 

De acordo com o MPT, o resgate foi feito ainda no final de dezembro, na semana que antecedeu ao Natal, após denúncias encaminhadas ao MPT-PI, e os trabalhadores estavam alojados em um barraco feito de lona, sem proteções laterais e com chão de terra batida. 

“As condições de trabalho eram absolutamente degradantes, sem local adequado para pernoitar, já que os alojamentos se assemelhavam muito às senzalas, sem instalações sanitárias, sem papel higiênico, o local para tomar banho era improvisado com uma lona. A alimentação era preparada em fogareiros improvisados no chão, feitos de pedras. Eles também faziam suas refeições ao ar livre, sentados em troncos de árvores, tocos e pedras”, relatou o Procurador-chefe do MPT-PI, Edno Moura.
O procurador destacou ainda que os trabalhadores resgatados não dispunham de equipamentos de proteção individual, exigidos para a realização das atividades, visto que suas funções apresentam risco de acidentes. Além disso, nenhum trabalhador estava registrado e, por isso, não recebiam os direitos trabalhistas mais elementares, como décimo terceiro, férias e FGTS.

Segundo o Auditor Fiscal do Trabalho da SRTE, Robson Waldeck Silva, infelizmente, situações como essa ainda se repetem pelo país. Ele destaca que os órgãos têm intensificado as fiscalizações para coibir a prática e garantir os direitos dos trabalhadores.

 “Uma vez constatada a situação de trabalho degradante, em situação análoga à de escravidão, lavramos os autos de infração e o trabalhador também é inserido para receber três parcelas do seguro-desemprego”, pontua.

Os trabalhadores resgatados receberam todas as verbas rescisórias devidas que, somadas, totalizaram mais de R$22,6 mil. O empregador ainda está sujeito ao pagamento de indenização por dano moral individual aos trabalhadores e coletivo e a ser processado criminalmente, podendo pegar pena de 2 a 8 anos de reclusão.


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