A população mundial chegou a 8 bilhões nesta terça-feira, 15, de acordo com as Nações Unidas.
O secretário-geral, António Guterres, ressalta que atingir o marco é uma prova de avanços científicos e melhorias em questões como nutrição, saúde pública e saneamento. No entanto, o líder da ONU adverte, em artigo de opinião, que à medida que a família humana cresce, também está ficando mais dividida.
O chefe das Nações Unidas aponta a existência de bilhões de pessoas em dificuldades, centenas de milhões enfrentando fome e números recordes de habitantes do planeta fugindo de casa em busca de ajuda, além de questões como “dívidas, dificuldades, guerras e desastres climáticos”.
Para Guterres, a menos que seja superada a lacuna entre os que têm e os que não têm recursos, o mundo está se preparando para um ser um lugar “cheio de tensões e desconfiança, crise e conflito”.
De acordo com a ONU, a população global levou 12 anos para crescer de sete para oito bilhões, mas chegará a nove bilhões em cerca de 15 anos, em 2037.
O Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, promove a campanha #8BillionStrong no qual os usuários compartilham material de educação sobre oito tendências para um mundo de oito bilhões de pessoas.
As medidas envolvem a desaceleração do crescimento, menos filhos, vidas mais longas, pessoas em movimento, populações envelhecidas, mulheres sobrevivendo aos homens, duas pandemias e centros de mudança.
Então, Mevic foi o segundo e último "bebê bilhão" indicado pela ONU. Em 2011, por exemplo, a instituição disse que todos os bebês nascidos por volta da meia-noite de 31 de outubro daquele ano poderiam se sentir o sétimo bilionésimo. E, efetivamente, diversos países elegeram o seu, com equipes de TV sendo enviadas para maternidades em todo o globo.
O primeiro indicado foi em 1987, e a história de decepção desse bebê 5 bilhões é semelhante à de Mevic. O croata Matej Gaspar, hoje com 35 anos, foi o escolhido porque o país sediava um evento esportivo na ocasião —mas parece ter detestado a escolha; ou, pelo menos, o fato de a ONU nunca ter dado bola a ele, com exceção do circo midiático que promoveu no dia de seu nascimento.
Adnan Mevic e Matej Gaspar não responderam a pedidos da Folha para dar entrevistas. Ambos têm páginas no Facebook e são amigos entre si. Segundo uma reportagem recente da BBC, os dois "bebês bilhões" tem basicamente um único assunto: o que consideram um tratamento injusto por parte da ONU em relação a eles e a suas famílias.
A agência da ONU apontou que, à medida que as regiões crescem em ritmos diferentes, a distribuição geográfica da população global está mudando.
A partir deste ano, mais da metade da população mundial viverá na Ásia, com a Índia e a China representando a maior parte dos habitantes no leste e sudeste da Ásia, onde se concentram 2,3 bilhões de pessoas.
Como os países com os mais altos níveis de fecundidade tendem a ter a menor renda per capita, o crescimento da população global se concentrou nos países mais pobres do mundo.
O aumento populacional amplia o impacto ambiental do desenvolvimento econômico, com o aumento da renda per capita impulsionando a produção e o consumo insustentáveis. O ritmo de crescimento mais lento ao longo de décadas pode ajudar a mitigar os danos ambientais na segunda metade do século atual.
Fonte: ONU News