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10/11/2022 às 20h04min - Atualizada em 10/11/2022 às 20h04min

'Vergonha alheia', diz ministro do STF sobre nota da Defesa que não descarta fraude

Manifestação foi recebida como tentativa de controlar narrativa para dar gás a bolsonaristas que pedem golpe militar

Marcos Corrêa/PR
O relatório do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas e a interpretação que a pasta deu a ele posteriormente em nota está sendo objeto de críticas e de ironias no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O documento não aponta a existência de fraudes ou de irregularidades nas eleições. Depois de publicado, porém, a Defesa afirmou em nota que o "acurado trabalho da equipe de técnicos militares" não apontou, mas "também não excluiu a possibilidade de existência de fraude" no sistema eleitoral.

"Vergonha alheia", diz um ministro do STF sobre a nota da Defesa, que está sendo interpretada como uma tentativa de controlar a narrativa sobre o relatório, dando gás a bolsonaristas que têm ido às ruas em manifestações golpistas.

Outros magistrados também criticam o papel que os militares desempenharam nas eleições.

Um deles afirma que, chamados a fiscalizar as eleições com outras entidades, eles se comportaram como o convidado de um jantar que chega na casa do anfitrião e "vomita no tapete".

Em discurso nesta quinta (10), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o papel das Forças Armadas na fiscalização das urnas eletrônicas foi deplorável e o resultado, humilhante.

Lula cobrou pedidos de desculpa do presidente Jair Bolsonaro (PL). Primeiro, às Forças Armadas por usar os militares nesse processo, com uma série de mentiras e insinuações sem provas. Depois, aos brasileiros, por ter mentido, segundo o petista.

"Ontem [quarta-feira] aconteceu uma coisa humilhante, deplorável para as nossas Forças Armadas: um presidente da República, que é o chefe supremo das Forças Armadas, não tinha o direito de envolver as Forças Armadas a fazer uma comissão para investigar urnas eletrônicas, coisa que é da sociedade civil, dos partidos políticos e do Congresso Nacional", disse o presidente eleito a parlamentares.

"O resultado foi humilhante, humilhante. Eu não sei se o presidente está doente, mas ele tem a obrigação de vir à televisão e pedir desculpas para a sociedade brasileira e pedir desculpas às Forças Armadas, por ter usado as Forças Armadas, que é uma instituição séria, que é uma garantia para o povo brasileiro contra possíveis inimigos externos, fosse humilhada, apresentando um relatório que não diz nada, nada, absolutamente nada daquilo que ele durante tanto tempo acusou", continuou.

Fonte: Folha de São Paulo/Mônica Bergamo

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