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21/06/2022 às 14h45min - Atualizada em 20/06/2022 às 16h58min

Na Amazônia, ar irrespirável

Veja um raio X nas emissões de CO2e no Brasil

RTV Cris Sekeff - rtvcrissekeff.com.br
Imagem: Revista Piauí

Na contramão de outros países, o Brasil aumentou as emissões de gases de efeito estufa durante a pandemia. Isso é resultado do crescente desmatamento nas florestas brasileiras. Em 2020, houve um aumento de 24% na emissão de CO2e por mudanças de uso da terra na comparação com o ano anterior. O CO2e, dióxido de carbono equivalente, é usado para medir o conjunto de gases do efeito estufa. Em um ano, as emissões da Amazônia Legal aumentaram em 187 milhões de toneladas – o equivalente às emissões do Peru. O desmatamento foi responsável por três quartos do CO2e liberado nos nove estados em 2020. Altamira (PA), líder no ranking por municípios, emitiu 35,2 milhões de toneladas de gases do efeito estufa em 2019. O =igualdades desta semana faz um raio X nas emissões de CO2e no Brasil.

Em 2020, o Brasil registrou um aumento de 24% na emissão de CO2e decorrente de desmatamento em comparação com o ano anterior. Em todo o país, 998 milhões de toneladas de gases de efeito estufa foram emitidas em razão de mudanças no uso da terra – contra 807 milhões em 2019. O desmatamento é o setor com a maior fatia das emissões de CO2e no Brasil, sendo responsável por cerca da metade (46%) delas.

Diariamente, as pessoas emitem gases de efeito estufa devido às atividades praticadas, como andar de ônibus e ligar o ar-condicionado. Em 2020, a média de emissão de CO2e para cada brasileiro foi de 10,2 toneladas brutas. A média mundial está bem abaixo – 6,7 toneladas. Por ano, é como se um brasileiro produzisse, em gases do efeito estufa, o mesmo que 30 carros rodando 10 km por dia, durante um ano.

Entre 2019 e 2020, as emissões de gases de efeito estufa aumentaram 20% nos estados da Amazônia Legal. Juntos, Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão registraram um crescimento de 187 milhões de toneladas de CO2e – e isso equivale às emissões observadas em todo ano de 2019 no Peru.

As mudanças de uso da terra, causadas basicamente pelo desmatamento, foram responsáveis por 75% das emissões de CO2e nos nove estados da Amazônia Legal em 2020. A agropecuária representou 19% das emissões, energia, 5%, e resíduos, 1%.

Em 2019, os 50 municípios brasileiros que mais emitiram gases de efeito estufa foram responsáveis por um quarto de toda emissão do país. Altamira-PA (35,2 milhões de toneladas de CO2e), São Félix do Xingu-PA (28,8) e Porto Velho-RO (23,3) lideram o grupo, que totalizou 475,2 milhões. As outras 5.520 cidades brasileiras somaram 1,4 bilhão de toneladas de gases do efeito estufa. Entre os estados, o Pará foi o principal emissor do Brasil.

Altamira (PA) registrou 35,2 milhões de toneladas de CO2e em 2019. Caso a cidade fosse considerada um país, estaria na 108ª posição do ranking mundial de emissões. Países como Suécia, Noruega e Croácia produziram menos gases de efeito estufa que o município paraense, embora tenham, pelo menos, 35 vezes mais habitantes.

O município paraense de Novo Progresso registrou, em 2019, a décima maior emissão de gases de efeito estufa por habitante no país. Conhecida por ser o epicentro do desmatamento na BR-163, a cidade tem 26 mil habitantes, sendo que cada um emite 580 toneladas de CO2e por ano. Isso equivale a 14 vezes o que um morador do Qatar gera anualmente, ou seja, 40,5 toneladas.

Fontes: SEEG – Observatório do Clima; CAIT


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