Dados da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos-Sasc apontam que, no ano de 2019, 51.803 crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos se encontravam em situação de trabalho infantil, tendo dedicado 10,5 horas do seu tempo em atividades, como criação de caprinos e ovinos, comércio, balconistas, vendas em lojas e agricultura. Com o objetivo de modificar essa realidade, o Tribunal de Justiça do Piauí lançou a campanha Proteja a Infância e Garanta o Futuro.
A campanha faz alusão ao dia 12 de junho, Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, e se estenderá durante todo o mês, com atividades de articulação interinstitucional com o intuito de prevenir e combater o trabalho infantil. A campanha Proteja a Infância e Garanta o Futuro é organizada pela Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (Cejij) do Tribunal de Justiça do Piauí e envolve toda a rede de proteção a crianças e adolescentes do Estado.
“Acostumamos a ouvir que é melhor trabalhar do que ficar na rua mendigando, ou que quando uma criança trabalha vira uma boa pessoa. Frases como essas escondem a aceitação do trabalho infantil. A verdade é que o trabalho nessa fase de desenvolvimentismo, da infância, traz prejuízos para o futuro de uma criança ou adolescente. O trabalho infantil priva crianças e adolescentes de experiências próprias de sua idade como estudar e brincar; compromete a segurança, a saúde e a dignidade dessas pessoas e impacta negativamente em seu futuro”, destaca a juíza Elfrida Costa Belleza Silva, coordenadora Estadual da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Piauí.
Ainda segundo os dados da Sasc, cerca de 75,5% (39.104) dos registros de trabalho infantil no Piauí estão relacionados a meninas e meninos negros, contra 24,5% não negros. Os números demonstram ainda que 66,0% das crianças e adolescentes ocupados residiam em zonas rurais (34.201) e 34,0% (ou 17.602) em áreas urbanas.
“A gente vê diariamente crianças e adolescentes em festas, vendendo água, bebidas alcoólicas, carregando caixa de frutas e esquecemos que eles estão no lugar errado. O lugar dessas crianças e adolescentes não é ali. Precisamos denunciar o trabalho infantil. Qualquer pessoa pode fazer a denúncia por meio do Disque 100. A denúncia pode mudar a realidade daquela criança ou adolescente. A sociedade toda é responsável por isso”, pontuou Sâmia Cristina Pereira da Silva, assistente social da Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (Cejij) do Tribunal de Justiça do Piauí.
Fonte: TJ-PI